EUA ultrapassam Itália em número de mortes

Foram mais de 20 mil, maioria em Nova York. Mais de meio milhão de americanos estão contaminados no país que se tornou o principal epicentro da covid-19 no mundo

Funeral em cemitério do Brooklyn, em Nova York, neste sábado. (Foto: Jeenah Moon / Reuters)
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Os Estados Unidos bateram a Itália em número de mortes pela covid-19 neste sábado, com mais de 20 mil óbitos. São mais de meio milhão de americanos infectados (530.000 casos), de acordo com dados deste domingo (12) divulgados pela Universidade Johns Hopkins. Com 163.027 casos, a Espanha vem em segundo lugar em confirmações da doença, mas fica atrás da Itália em número de mortes: 16.606 x 19.468 registrados até as 21h deste sábado (11).

São cerca de 2.000 mortes por dia nos últimos quatro dias seguidos, a maioria parte na cidade de Nova York e seus arredores, mas não inclui as mortes em casa nas estatísticas oficiais. A cidade teve seu maior número de mortes diárias na semana passada, juntamente com uma diminuição nas hospitalizações, internações em terapia intensiva e necessidade de entubar pacientes críticos. Especialistas em saúde pública alertaram que o número de mortos nos EUA poderá subir para 200 mil durante o verão se as medidas de isolamento, forem suspensos depois de 30 dias – as atuais diretrizes federais vão até 30 de abril.

O presidente Donald Trump, no entanto, tem dito que deseja que a vida volte ao normal o mais rápido possível e que as medidas destinadas a conter a propagação do Covid-19 têm seu próprio custo econômico e de saúde pública. Trump, que busca a reeleição em novembro, terá que decidir se deve estendê-las ou começar a incentivar as pessoas a voltar ao trabalho e a um estilo de vida mais normal.  O número de americanos que buscam benefícios de desemprego nas últimas três semanas ultrapassou 16 milhões e 701.000 empregos foram fechados em março.

O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, afirmou neste sábado que as escolas públicas permanecerão fechadas pelo resto do ano letivo nos Estados Unidos, enquanto a cidade enfrenta o novo surto de coronavírus. “Ter que dizer que não podemos trazer nossas escolas de volta para o restante deste ano letivo é doloroso, mas também posso dizer que é a coisa certa a se fazer”, disse, em entrevista coletiva. De Blasio ordenou que as escolas públicas fechassem a partir de 16 de março para conter a propagação da doença, com o objetivo inicial de reabertura em 20 de abril.

Neste domingo,  Stephen Hahn, comissário da Administração de Alimentos e Medicamentos, disse que a administração Trump vê o dia 1º de maio como uma data-alvo para relaxar as restrições de confinamento. Mas alertou que ainda é muito cedo para dizer se esse objetivo será alcançado. “Vemos luz no fim do túnel”, afirmou Hahn ao programa da ABC “This Week”, acrescentando que “a segurança pública e o bem-estar do povo americano têm que vir em primeiro lugar. Isso deve conduzir essas decisões”.

Primeiro-ministro britânico tem alta de hospital

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, deixou o hospital neste domingo (12) e agradeceu ao Serviço Nacional de Saúde (NHS, na sigla em inglês) por salvar sua vida enquanto lutava contra o coronavírus. Johnson, de 55 anos, foi levado ao Hospital St Thomas, no centro de Londres, em 5 de abril, sofrendo de sintomas persistentes do Covid-19. Em 6 de abril, ele foi transferido para a unidade de terapia intensiva, onde permaneceu por três dias.

Hoje deixei o hospital depois de uma semana em que o NHS salvou minha vida, sem dúvidas”, afirmou ele, usando terno e gravata e falando da maneira enérgica de sempre, em uma mensagem de vídeo de cinco minutos postada no Twitter a partir da Downing Street, onde funciona o escritório e a residência do premiêr.

Johnson nomeou e agradeceu os enfermeiros que cuidaram dele, com menção especial a dois profissionais: Jenny, da Nova Zelândia, e Luis, de Portugal. Disse que ficaram ao lado de sua cama por 48 horas, “quando as coisas poderiam ter ido para qualquer um dos lados”. “O motivo pelo qual meu corpo começou a receber oxigênio suficiente foi porque, a cada segundo da noite, eles estavam assistindo e pensando, cuidando e fazendo as intervenções que eu precisava”, disse ele.

O premiê continuará sua recuperação em Chequers, residência oficial de campo a noroeste de Londres, segundo seu gabinete. Um fotógrafo da Reuters viu Johnson e sua noiva grávida Carrie Symonds, de 32 anos, que também sofreu sintomas de Covid-19, saindo da Downing Street, no centro de Londres, com seu cachorro.

O número de mortos por Covid-19 no Reino Unido passou de 10 mil neste domingo (12), o quinto maior número nacional do mundo. No sábado, foram registradas 917 mortes em hospitais. Quase 80 mil pessoas no Reino Unido tiveram teste positivo para o vírus.

Número de mortes na Itália volta a subir

Depois de diminuir ante picos registrados no final de março, a contagem diária de mortes e infecções na Itália desacelerou, mas não está caindo acentuadamente, como era esperado pelos italianos que estão em isolamento há um mês. As mortes pela epidemia de Covid-19 na Itália aumentaram 619 no sábado, ante 570 no dia anterior, e o número de novos casos subiu para 4.694 contra 3.951. O número diário de mortes foi o mais alto desde 6 de abril e o aumento de infecções foi o maior desde 4 de abril.

O número total de mortos desde o surgimento do surto em 21 de fevereiro subiu para 19.468, disse a Agência de Proteção Civil, em nível semelhante ao patamar dos Estados Unidos, o outro país mais atingido em termos de números absolutos. O número de casos confirmados oficialmente subiu para 152.271, o terceiro maior número global atrás dos Estados Unidos e da Espanha.

Havia 3.381 pessoas em terapia intensiva neste sábado, contra 3.497 na sexta-feira, um oitavo declínio diário consecutivo. Dos infectados originalmente, 32.534 foram declarados recuperados, contra 30.455 no dia anterior.

Espanha se prepara para voltar à normalidade

Já na Espanha, o governo estabeleceu neste sábado as diretrizes para trabalhadores de setores como construção e indústria que vão retornar às atividades na segunda-feira (13), num dia em que o país registrou o menor número de mortes desde 23 de março: 510, contra 605 notificações no dia anterior. O número de mortos passou para 16.353, contra 15.843 no dia anterior, segundo dados do Ministério da Saúde.

A maioria dos espanhóis está em isolamento em casa desde meados de março e apenas os serviços de setores considerados estrategicamente importantes têm permissão para operar normalmente. As forças de segurança distribuirão 10 milhões de máscaras nos centros de transporte público nos próximos dias. O uso é recomendado, mas não obrigatório.

Algumas das principais recomendações:

– Se tiver sintomas, não volte a trabalhar

– Prefira o transporte privado para ir ao trabalho. Caso tenha que se deslocar no transporte público, use máscara

– No trabalho, mantenha uma distância de dois metros. Minimize o contato com os colegas e clientes

– Horários flexíveis para evitar aglomerações. Funcionários mais expostos devem utilizar luvas

– Lavar a roupa do trabalho numa temperatura entre 60 e 90 graus

Lockdown na Índia deve ser prorrogado

A Índia também deverá estender a determinação de paralisação total para conter a propagação do coronavírus. O ministro-chefe do Estado de Déli disse neste sábado que o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, decidiu prorrogar o prazo, mas o governo federal não confirmou a decisão. O governo de Modi disse apenas que ainda estava considerando os pedidos dos Estados e que eles queriam uma extensão de duas semanas ao lockdown de 21 dias, que termina na terça-feira.

Rainha da Inglaterra: ‘Páscoa não foi cancelada’

A Rainha Elizabeth, do Reino Unido, disse neste sábado que o coronavírus “não nos vencerá” ao fazer seu segundo pronunciamento ao país em uma semana. A monarca de 93 anos, que é a chefe simbólica da Igreja da Inglaterra, também afirmou que “a Páscoa não está cancelada” em seu primeiro discurso para marcar o dia santo cristão. Sua mensagem chegou num momento em que o número de mortos no Reino Unido se aproxima de 10.000, com mais 917 mortes relatadas por autoridades de saúde neste sábado.

Aumento de casos na Rússia pressiona hospitais

O Kremlin disse neste sábado que um “grande fluxo” de pacientes com coronavírus estava começando a pressionar os hospitais de Moscou, com o número de mortos na Rússia subindo para mais de 100. Moscou e muitas outras regiões estão em lockdown há quase duas semanas para conter o contágio, mas os hospitais da capital ainda assim estão sendo levados a seu limite, disseram autoridades. A Rússia registrou 13.584 casos do vírus, e as autoridades disseram neste sábado que 12 novas mortes relacionadas ao coronavírus no último dia elevaram o número de vítimas para 106.

Fonte: Reuters, com Redação (atualizada em 12/04/20)

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